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por Equipe | Passageiro de Primeira •
Há muitos e muitos anos atrás, eu me lembro que os cartões de crédito Gold eram diferenciados. O simples fato de oferecer aceitação internacional já era um grande atrativo. Mas como disse, isso faz bastante tempo… de lá para cá, a quantidade de pessoas bancarizadas aumentou e os cartões de crédito passaram a ser um dos principais meios de pagamento mundo afora. Como em outros mercados, a segmentação também evoluiu, acompanhou o crescimento e necessidades de sua base. Visa e Mastercard criaram então novas categorias – Platinum, Black e Infinite – para atender o segmento de alta renda.

Com este cenário em mente, gostaria de propor uma discussão: os atuais segmentos das bandeiras nos cartões de crédito diferenciam clientes como deveriam ou temos espaço no mercado para uma nova categoria?
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Antes de aprofundarmos no assunto, é importante esclarecer as dúvidas sobre as diferenças entre o emissor e a bandeira do cartão de crédito.
Emissores – os emissores de um cartão de crédito (ou débito) são responsáveis pela sua emissão e administração. Eles pagam royalties para as bandeiras a fim de utilizarem sua tecnologia. Os maiores emissores de cartões do país são Banco do Brasil, Bradesco, CAIXA, Itaú, Nubank e Santander.
Bandeiras – as bandeiras, por sua vez, são as responsáveis pela tecnologia de transações e pela rede de aceitação do cartão (ou seja, se ele é ou não aceito em determinada maquininha). As bandeiras mais conhecidas de cartões de crédito são Amex, Elo, Mastercard e Visa.
Caso queira entender mais sobre esse assunto, acesse este post.
Cada bandeira possui categorias diferentes que oferecem aos seus clientes benefícios variados. Veja abaixo as diferenças entre os benefícios de cada uma dessas variantes. É importante mencionar que nem sempre os mesmos benefícios estão disponíveis para todos os emissores.
American Express
Elo
Mastercard
Visa
O banco emissor do cartão pode diferenciar seus clientes utilizando a mesma categoria de cartão de crédito. O Santander, por exemplo, comercializa os cartões Unique Visa Infinite e Unlimited Visa Infinite (ambos da categoria Visa Infinite). O Unlimited Visa Infinite, no entanto, exige o dobro de renda do Unique Visa Infinite.
Santander Unique Visa Infinite e Santander Unlimited Visa Infinite

Categoria: Visa Infinite
Renda mínima: R$20.000 ou ser cliente Santander Select
Acúmulo de pontos: 2,0 pontos por dólar gasto

Categoria: Visa Infinite
Renda mínima: R$40.000 e ser cliente Private Bank
Acúmulo de pontos: 2,2 pontos por dólar gasto
Já o Itaú, por exemplo, comercializa os cartões Uniclass Mastercard Black e Private Bank Mastercard Black (ambos da categoria Mastercard Black). O Private Bank Mastercard Black, no entanto, exige alguns milhões investidos com o banco.
Itaú Uniclass Mastercard Black e Itaú Private Bank Mastercard Black

Categoria: Mastercard Black
Renda mínima: R$7.500 e ser cliente Uniclass
Acúmulo de pontos: 1,8 pontos por dólar gasto

Categoria: Mastercard Black
Renda mínima: ser cliente Private Bank (R$5 milhões investidos)
Acúmulo de pontos: 3,0 pontos por dólar gasto em compras internacionais e 2,0 em compras nacionais
Para conseguir um cartão de crédito premium é necessário passar por um processo de aprovação pelo banco emissor. O principal critério avaliado é a renda – embora o patrimônio também possa ser considerado. O banco executa diversas análises para saber o quanto você ganha ou tem investido e assim oferecer o cartão adequado para seu perfil.
Em alguns casos, esse processo garante a exclusividade de alguns cartões. Como nos exemplos do Santander Unlimited Visa, que exige uma renda mínima de R$40.000 e do Itaú Private Bank Mastercard Black, que exige um investimento de R$5 milhões com o banco – tais cartões consideramos realmente destinados ao público de alta renda.
Por outro lado, enquanto o Itaú Private Bank Mastercard Black, exige um investimento de R$5 milhões, o Itaú Uniclass Mastercard Black exige R$7.500 de renda mínima para a mesma categoria de cartão (Mastercard Black).
O Itaú Uniclass Mastercard Black, junto a cartões como o Credicard Black e o C6 Carbon, democratizaram o acesso a categoria mais alta da Mastercard e seus benefícios – bem como o recém-lançado Visa Infinite da XP, que democratiza o acesso a categoria mais alta da Visa e seus benefícios através de um investimento de R$50 mil com a corretora.
No final, clientes que tem 50 mil ou 50 milhões de reais tem a mesma bandeira de cartão.
Em agosto do ano passado o Bradesco trouxe ao país o The Platinum Card, da American Express, edição metal.
Em outubro do mesmo ano o Banco do Brasil também apostou no peso para oferecer um cartão de crédito mais requintado. O Altus Visa Infinite, produzido em metal encapsulado, foi a novidade do BB para o segmento Private Bank. O cartão chegou com o generoso acúmulo de 4 pontos por dólar gasto válido para o seu 1º ano de lançamento.
E há dois meses, os dois bancos citados acima, se juntaram a CAIXA para lançar o Elo Diners Club. O cartão, ainda que de plástico, oferece acessos ilimitados às sala VIP conveniadas ao LoungeKey passou a ser considerado em questão de dias um dos melhores do país.
Tais sucessivos lançamentos demonstram as preocupações das instituições financeiras em diferenciar o seu público de alta renda – essa diferenciação, no entanto, fica exclusivamente a cargo dos bancos (e não das bandeiras).
Ao mesmo tempo que é muito bom ver o acesso a categorias mais altas de cartões de crédito ser facilitado, surgem questionamentos. Será que as atuais vantagens oferecidas pelas principais bandeiras do mercado são suficientes para atender os grupos de alta renda dos bancos? O que falta para diferenciá-los no gigantesco mercado de cartões de crédito brasileiro?
Seria o momento de lançar uma nova categoria nas bandeiras de cartão de crédito? Deixo o espaço dos comentários para você alimentar essa discussão!