Exclusivo! Entrevista com Jacqueline Conrado, country manager da United no Brasil

Na noite desta segunda-feira (8) conversei ao vivo com a Jacqueline Conrado, country manager da United no Brasil. Falamos sobre a reabertura das fronteiras dos Estados Unidos, as operações da companhia norte-americana, a classe executiva United Polaris e os Polaris Lounges, a parceria com a Azul e muito mais. Veja nessa matéria um resumo do nosso bate-papo.

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Requisitos de entrada nos EUA

Começamos nosso bate-papo falando sobre os novos requisitos de entrada nos EUA. A executiva nos disse que todos os estrangeiros com pauta de vacinação completa estão autorizados a entrar no país e que são aceitas as seguintes vacinas:

  • AstraZeneca/Oxford;
  • Coronavac/Sinovac;
  • Covishield;
  • Janssen;
  • Pfizer/BioNtech;
  • Moderna;
  • Sinopharm.

O país permite também a entrada de pessoas que foram imunizadas com doses diferentes da vacina. No entanto, as doses deverão ser de algum dos laboratórios acima. Outro ponto a se atentar é que o passageiro deverá ter recebido a última dose (ou a dose única, como é com a Janssen) ao menos 14 dias antes do voo. É necessário também a apresentação de um teste negativo para a COVID-19, seja PCR ou antígeno, feito até três dias antes do embarque.

Permanecem em vigor às demais exigências do governo americano, como passaporte válido e visto.


Operações da United no Brasil

A United foi a única companhia aérea americana que, em momento algum, deixou de operar para o Brasil durante a pandemia. O motivo é explicado pela Jacqueline como “estratégico”. “O Brasil é um dos principais mercados da United, já era antes da pandemia. Então tomamos a decisão para ajudar as pessoas que precisavam se locomover durante a pandemia”.

Atualmente, a empresa opera voos de quatro aeroportos americanos para o Brasil: Houston (IAH), Chicago (ORD), Nova York (EWR) e Washington (IAD). Ao ser perguntada sobre novidades nas operações, a executiva disse que a companhia vai aumentar gradualmente as operações para o Brasil até o final do ano.

Os voos entre São Paulo/Houston e São Paulo/Newark são diários, enquanto voos para Chicago acontecem cinco vezes por semana. No sábado (13) teremos a retomada da rota que liga Houston ao Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. Inicialmente, serão três voos semanais entre as cidades, mas a country manager da companhia confirmou que, a partir de 16 de dezembro, todos os voos que ainda não são diários da United para o Brasil (Chicago/São Paulo e Houston/Rio), serão operados todos os dias.

A última rota que faltava, que liga São Paulo à capital Washington, voltará a ser operada em janeiro do ano que vem, também três vezes na semana. Sobre a chance dessa operação se tornar diária, a Jacqueline disse que, em primeiro momento, ela será operada apenas três dias na semana, mas não descartou uma mudança no futuro conforme o aumento da demanda. “Estamos nos planejando a curto prazo, então é muito possível que a gente aumente as operações. Tudo vai depender da dinâmica do mercado e da demanda de voos, mas a perspectiva é bem positiva”.

Já que as perspectivas são boas, perguntei sobre uma possível operação da empresa ligando o Brasil à costa oeste dos Estados Unidos, já que a United possui hubs em Los Angeles e San Francisco, e também uma possível chegada da companhia no Nordeste brasileiro. A Jacqueline disse que nenhuma hipótese está descartada, mas que precisaria de um pouco mais de tempo para ser estudada. “Por enquanto é um pouco prematuro para falarmos de novas rotas. Nenhuma hipótese é descartada, mas temos que sentir o feeling agora com a reabertura”.

Durante o bate-papo, também foi informado que, a partir de janeiro, a oferta de assentos da United será maior do que antes da pandemia.


Classe Executiva United Polaris

Outra boa notícia é que, segundo a country manager da companhia, a classe executiva United Polaris está disponível em quase todos os voos para cá. De acordo com a executiva, boa parte dos modelos de aviões que voam para o Brasil passaram pelo processo de retrofit e contam com a nova cabine.

Eu voei na nova cabine em 2019, na rota entre São Paulo e Houston, e contei minha experiência neste post. Contudo, agora são tempos diferentes, já que o serviço de bordo foi simplificado em prol dos protocolos de saúde adotados pela pandemia. Perguntei então sobre as mudanças na experiência de voo.

A Jacqueline disse que a companhia precisou se adaptar para atender aos requisitos de segurança e que para isso acontecer, algumas coisas mudaram. “Tivemos que deixar os serviços mais enxutos, para aumentar a segurança dos passageiros. Na classe executiva, por exemplo, o serviço faseado que você recebia, com aperitivos, saladas, prato principal e sobremesa foi simplificado para o serviço express, onde vem tudo de uma vez”.

Contudo, com a melhora no controle da pandemia pelo mundo, a United está se preparando para voltar com o serviço de refeição faseada. “Estaremos voltando gradualmente com o serviço de refeição como era antes da pandemia, e nossos passageiros terão o serviço completo a partir de dezembro”, completou ela.


Lounges Polaris

Quem voa na classe executiva United Polaris em rotas de longa distância tem acesso aos lounges Polaris – as salas VIP conceito da companhia. Na minha opinião são as melhores salas VIP oferecidas por uma companhia aérea norte-americana (veja o relato da minha visita ao Polaris Lounge de Newark nesse link).

Para Jacqueline, a principal diferença do Polaris Lounge para o United Club, a sala VIP “tradicional” da companhia, se dá pela exclusividade. “O Polaris Lounge oferece um nível mais alto de exclusividade, é mais sofisticado. Nele, o passageiro tem um menu à la carte e uma carta de vinhos exclusiva, espaço para reuniões, duchas e sala de descanso. Ou seja, ele foi realmente pensado para o cliente premium que voa na Polaris”.

Atualmente, a United possui sete lounges Polaris, todos localizados nos Estados Unidos. Perguntei se a companhia tem planos de trazê-los para o exterior e por qual país eles planejam começar. A executiva disse que a United vai inaugurar seu lounge conceito em Londres (LHR) e Tóquio (NRT).

Perguntei ainda se a United tem planos da trazer um lounge para Brasil e ela disse que por enquanto não, mas que é um assunto muito conversado internamente porque nós somos um mercado extremamente relevante. “Não temos data, nem planos. Mas é uma conversa constante com a nossa matriz por conta da importância do Brasil, do mercado brasileiro. Pode ser que, em breve, teremos boas notícias”.


Sustentabilidade e futuro

Em junho deste ano, a United anunciou a compra de 15 jatos supersônicos, com opção de compra de 35 jatos adicionais, deixando o mercado eufórico. Segundo a executiva, a compra foi feita pensando no futuro e na sustentabilidade já que os jatos supersônicos são livres na emissão de carbono. Quanto à data de início das operações com o modelo, Jacqueline disse que a previsão é que eles começam a voar em 2029.

Também questionei sobre a estimativa de tempo de voo em um jato supersônico. A executiva disse que os aviões supersônicos permitem que a companhia faça um trajeto gastando a metade do tempo. Ou seja, um voo de São Paulo à Nova York que demora cerca de 10 horas, será feito em aproximadamente 5 horas – que é o tempo viagem entre Rio e São Paulo de carro(!).

Também este ano, a United disse que vai adquirir aviões elétricos, com capacidade para voar até 250 milhas (algo como Miami/Orlando e Las Vegas/Los Angeles). Perguntei qual a expectativa da companhia para essas aeronaves. “O meio-ambiente está sempre em pauta nas discussões da United e por isso optamos pela compra deste tipo de avião, elétrico, sem emissões de carbono. A princípio, é um modelo para operar rotas domésticas e de curta distância nos Estados Unidos”.


Parceria com a Azul

Não é novidade que Azul e United possuem um excelente relacionamento. Perguntei como que a empresa vê essa parceria e o que podemos esperar para o futuro. “A parceria e a sinergia com a Azul é boa e muito importante para nós. Ela permite que um cidadão dos Estados Unidos voe para qualquer lugar do Brasil emitindo voos com milhas do MileagePlus, ou que um passageiro brasileiro emita voos da United através do TudoAzul”, disse Jacqueline. Sobre o futuro, a executiva disse que as companhias vão conversar para trazer novos benefícios para os passageiros.


MileagePlus

O MileagePlus, embora seja um excelente programa de fidelidade, não é muito utilizado pelos brasileiros. Um dos motivos para isso pode ser a falta de um cartão de crédito nacional que pontue diretamente no programa. A United e o Itaú já tiveram, no passado, um cartão co-branded no Brasil.

De acordo com a Jacqueline, esse é um assunto muito estudado pela United e que está nos planos da empresa. Além disso, a executiva disse que o MileagePlus também está passando por uma reformulação para atender melhor os clientes. Eles têm trabalhado para atrair novos parceiros, tanto brasileiros, quanto globais e que novidades estão por vir, principalmente no Brasil.


Assista a live

Assista o bate-papo na íntegra no vídeo abaixo:

https://www.instagram.com/p/CWCLqByFBGx/


Deixo registrado o nosso agradecimento a Jacque e os nossos votos de sucesso para a United no Brasil!