Swiss vai renovar o interior dos A340 com a chegada do décimo B777
por Fábio Vilela •
O rebuliço e tensões entre Estados Unidos e China se intensificaram nos últimos dias após companhias aéreas norte-americanas manifestarem o desejo de voltarem a operar regulamente para China no começo deste mês, o que não foi permitido pelo governo chinês – visto que após as imposições das restrições do tráfego aéreo no mês de março, as empresas que operam voos para o país têm permissão de realizá-los apenas uma vez por semana.

Tudo começou quando o governo chinês, em conjunto com a Autoridade de Aviação Civil da China (CAAC) estipularam regras para a volta de operações de companhias aéreas internacionais na China.
Até então, a permissão de operações para o país asiático era de um voo semanal e só foi dada às empresas que atendiam a China até o dia 12 de março. Ou seja, neste caso, nem Delta, nem United estavam aprovadas para voltar a operar para o país chinês, visto que as empresas suspenderam suas atuações na China antes de 12 de março.
Com essa decisão, o Departamento de Transporte dos Estados Unidos (DOT) ameaçou proibir voos de companhias chinesas no país. Se sentindo pressionado, o governo chinês acabou relaxando algumas dessas regras – que passam a valer a partir de segunda-feira (08) – e adotou novas medidas para o retorno de operações internacionais no país.
Entre as medidas, está a autorização que contempla empresas aéreas que não estavam operando na semana do dia 12 de março, a operar para o país – o que autoriza a volta de operações da Delta e da United em território chinês. Além disso, outras decisões também foram tomadas, como, por exemplo, o aumento para 2 voos semanais caso a companhia aérea não transporte nenhum passageiro que teste positivo para o COVID-19 por três semanas seguidas.
Por outro lado, a medida ainda a suspensão da atuação da companhia aérea por uma semana caso ao menos 5 passageiros testem positivo para o coronavírus em um único voo. Essa suspensão pode aumentar para um mês se esse número chegar a 10 passageiros diagnosticados com o vírus assim que chegar na China.
As mudanças não agradaram o governo norte-americano, principalmente com as frequências de voos, que, a princípio, permaneceram as mesmas de 1x por semana.
O governo norte-americano diz que não é justo que a China tenha mais operações semanais para os EUA, do que os Estados Unidos para o país asiático, acusando os chineses de descumprirem um acordo selado em 1980. Este acordo estipula que as autoridades chinesas devem permitir que as empresas americanas realizem a mesma quantidade de voos para o país que a China realiza para os EUA.
Atualmente, a China possui quatro companhias que voam para os Estados Unidos – Air China, China Eastern, China Southern e Xiamen Airlines -, ou seja, com um voo semanal autorizado por cada companhia aérea, os chineses teriam uma frequência, ao todo, de quatro operações semanais para o país norte-americano. Enquanto os Estados Unidos teriam apenas duas frequências semanais, visto que somente Delta e United esboçaram interesse em voltar a operar para a China, já que a American Airlines manteve a palavra e disse que pretende voltar ao país apenas em outubro, quando a situação estiver mais controlada. É aí que mora o impasse.
O governo chinês e a CAAC, por sua vez, justificam que não estão quebrando o acordo, visto que a frequência de voos de cada companhia aérea do país para os Estados Unidos é a mesma que a dos Estados Unidos para a China. Mas o presidente Donald Trump não acha justo essa decisão e, juntamente com o DOT, disse que estará reduzindo as operações das aéreas chinesas no país até a China autorizar o aumento das frequências de voos das americanas.
Sem acordo até o momento, a medida que passa a valer é que somente duas das quatro companhias aéreas chinesas operem para os Estados Unidos – sendo de responsabilidade da CAAC decidir quais serão as escolhidas.
Antes da pandemia, cerca de 325 voos por semana eram operados entre os dois países. Após as empresas americanas suspenderem as rotas, as chinesas realizaram 20 voos semanais em meados de fevereiro e outros 34 em meados de março.
A novela é longa e parece não ter hora para acabar.