Cancelei meu primeiro "bug" - e não me arrependo!
por Fábio Vilela •
O cenário atual não é nada favorável ou propício para quem é apaixonado por viagens. Com o vírus se espalhando mais rápido e países fechando suas fronteiras, o momento agora é de ficar em casa. Porém, em meio a todo esse caos, eu vou viajar. Mas calma, já explico o motivo…

Para quem não sabe eu moro nos EUA. Vim para cá sozinho em 2018 para estudar em uma faculdade americana. Recentemente, com os desdobramentos gerados pela rápida propagação do COVID-19 em vários países do mundo, minhas aulas presenciais foram canceladas. Por isso decidi que o melhor a ser feito seria voltar para o Brasil, onde tenho minha família e um lugar para ficar.
Na semana passada, os aeroportos europeus passaram por um grande caos enquanto diversos americanos tentavam voltar para casa depois que o presidente Trump anunciou a suspensão de viagens de e para a Europa. Há relatos de pessoas que chegaram a pagar mais de 20.000 dólares em passagens de última hora para voltar para os EUA.
No meu caso, uma passagem só de ida entre Mineápolis e Confins em econômica estava custando mais de 1.000 dólares. Porém felizmente eu tinha algumas milhas guardadas…

Na grande maioria das vezes eu uso a estratégia earn and burn com as minhas milhas nos programas de fidelidade das companhias aéreas. Porém, desde o começo do ano passado, eu senti a necessidade de deixar uma reserva de milhas de emergência. Já que moro nos EUA e minha família no Brasil, eu queria ter a possibilidade poder voltar para o meu país caso qualquer coisa acontecesse. A ideia é acumular milhas durante promoções de transferências bonificadas e sempre fazer transações deixando um saldo mínimo no programa, o suficiente para que eu consiga emitir uma passagem internacional.
Decidi emitir a minha passagem um dia antes de voar. Depois de analisar minha opções com a Smiles, LATAM Pass e o TAP Miles&Go, escolhi esse último para emitir minha passagem.
Meu processo para fazer a escolha foi assim:
Apesar do programa da TAP emitir somente viagens de ida e volta com os parceiros Star Alliance, esse não seria um problema, já que sei que eventualmente terei de voltar para os Estados Unidos.
Sei que a espera no call center da TAP está mais longa do que o comum devido ao grande número de ligações, mas resolvi ligar de madrugada, o que ajudou para que eu fosse atendido com agilidade. Com o bilhete em mãos, foi só correr para arrumar as malas e deixa tudo pronto para a partida.
Mais do que nunca, as milhas foram um grande aliado, o que ajudou a gerar tranquilidade em mim e em minha família. Eu estaria em uma situação bem pior caso tivesse que desembolsar o valor cheio para compra a passagem pagante de última hora.
E não se preocupe, já programei a minha quarentena para quando chegar ao Brasil — vou passar alguns dias longe de todo mundo até que passe o período de incubação do vírus e eu tenha certeza de que está tudo ok. Mais tarde estarei no Instagram do Passageiro de Primeira mostrando como está a situação pelos aeroportos por onde vou passar.
Lembrando que a hora agora não é de viajar, é de ficar em casa, principalmente se você tem a oportunidade de fazer isso. O momento é delicado, mas é temporário, e as vitórias serão tão nossas quanto os erros. No final, ficarão disso tudo os vestígios de lágrimas vertidas em momentos de tristeza e emoção, as vezes que nos apoiamos, os atos de companheirismo e solidariedade. Espero que fiquem todos bem!
E se você já passou por uma situação em que foi salvo por suas milhas, conta aqui para a gente!